domingo, 19 de setembro de 2010

Capítulo 07 - Jhom

Peguei o Ferro que estava ao lado da lareira e gritei:
_covarde! Aparece sua piranha covarde! Então a porta da casa se fechou sozinha. Todos com medo se abrigaram em um dos cantos da enorme sala. Em minha frente a alguns metros agora eu podia ver a assombração que nos atormentava. Sua boca estava cheia de sangue, porem seu rosto e corpo pareciam empoeirados, “ela” estava descalça e assim como em meu primeiro sonho tinha unhas enormes que mais pareciam garras. Era dona de um olhar perturbador.
_corram! – gritou meu pai fazendo minha mãe meu tio e Bruna o obedecerem imediatamente. Mas eu continuei lá, parado praticamente congelado cara a cara com a “menina” enquanto segurava a barra de ferro que nesse instante meu pai tirou de minhas mãos. A menina vendo a cena começou a gritar em um tom agudo, mas muito sinistro. Fechei os olhos pensando que iria morrer, foi quando ouvi a “menina” dar outro grito porem mais alto me obrigando a tapar os ouvidos. Quando em fim abri os olhos vi meu pai atravessando a barra de ferro sobre o corpo “não sólido” da criatura que aparentemente irritada flutuou ate a parede entrando na mesma.
—você esta bem filho?
—eu que deveria perguntar isso – disse dando um suspiro
—Não se preocupe... Vamos! Com certeza seu tio “as” levou ate a granja vazia. – concordei apenas assentindo com a cabeça
Saímos da casa e logo avistamos tio Jhom na porta da granja
—graças a Deus! – exclamou.

—como elas estão? – perguntou meu pai

—estão bem, assustadas, mas bem

—certo... Escutem-me... O ferro combate aquela coisa...
—igual nos filmes – interrompi
– precisamos de mais ferro, e o único lugar onde há mais é o porão.

—exato, temos que ir ate lá se quisermos sobreviver ate amanha

—pai, eu vou! – exclamei

—Mais não vai mesmo Erick, isso não é ficção

—eu vou com ele Denny, as mulheres... Elas precisam de alguém forte para protegê-las enquanto isso.

—você pode muito bem ir sozinho então... Meu filho não vai, eu já coloquei minha família em riscos de mais.
—Me deixa! – gritei
– eu tive um aviso, o meu irmão me falou em sonho... Falou que não era para EU deixar a “menina” peg
ar vocês – conclui batendo no peito.
—... Cuida dele Jhom! – disse meu pai de cabeça baixa
– você tem certeza mesmo que quer ir?

—tenho, mas... Se acontecer algo comigo...
—para com isso Jhom
—é serio! Só cuide bem da minha irmã, Elisabeth sempre foi minha responsabilidade

_certo – disse meu pai o abraçando.
Em seguida fomos em direção ao porão. Teríamos que ser rápidos, pois estávamos desprotegidos; A única barra de ferro que tínhamos estava com meu pai.
Ao abrir a porta do porão mal podíamos enxergar os degraus da escada.
—droga

—que foi tio?

—a luz... Não esta acendendo

—e agora?

—Calma, ao chegarmos lá em baixo vai haver duas mesas, uma a direita e outra a esquerda da escada, nelas vamos encontrar lanternas e alguns espetos de churrasqueiras que são de ferro...
—já entendi, a gente pega o mais rápido possível e se manda
—isso! E assim voltamos a andar no escuro. Alguns passos à frente assim como tio Jhom havia dito encontrei a t
al mesa. Passando a mão sobre a mesma senti três barras, as quais provavelmente seriam os espetos de ferro. Peguei-os imediatamente.
—Erick, onde você esta? Achou os espetos?

—aqui! – respondi lançando uma de minhas mãos na escuridão. Logo o achei e sem pensar muito me mantive ao seu lado.

—já peguei os espetos!

—quantos?

—três

—ótimo, agora me ajuda a achar a lanterna. Eu não fui feito para ficar no escuro. – disse soltando um riso que transparecia sua tensão.
Alguns minutos depois de começar a tatear a mesa consegui encontrar algo.
_achei!
_ah... Ao acender a luz forte da lanterna vi meu tio ainda de pé com os olhos arregalados. Após dar um grito abafado de dor vi seu corpo cair sem vinda no chão. Em estado de choque iluminei o resto do porão. Vi que a poucos centímetros do corpo de tio Jhom estava a “menina” que distraidamente lambia suas unhas ensangüentadas.Sem pensar duas vezes sai dali, e não ousei olhar para trás. Qua
ndo cheguei à granja bati na porta desesperadamente.
—sou eu! – gritei fazendo com que meu pai a abrisse imediatamente

—filho – exclamou minha mãe me abraçando como se eu fosse seu bem mais precioso.
—onde esta o Jhom Erick? – perguntou meu pai já imaginando o pior enquanto tirava a lanterna e os espetos de minhas mãos.
—ele... Morreu – conclui sem querer acreditar em minhas próprias palavras.