sábado, 28 de agosto de 2010

Capítulo 06 - Informação de Mais

Já na cidade, meus pais e tio Jhom se ocupavam comprando coisas no mercado, enquanto eu ligava para casa de Melany em um orelhão próximo dali:
”_alô é a casa da Melany Fox? – perguntei ansioso
_ah meu Deus, é sim, aqui quem fala é a mãe dela, por favor me diz que você sabe noticias sobre minha filinha._não... na... não sei noticias dela. desculpe senhora não queria incomodar. – disse desligando rapidamente.”
_Erick eu fui ate a casa da Emmy, e adivinha... Os pais pensavam que ela estava com a gente. Então contei que ela já havia ido “embora”.
_E eles ficaram muito preocupados?
_na verdade não, disseram que é típico da Emmy sumir.
_nesse caso não é coisa típica... A Melany também não voltou
_ “criançada” vamos embora – disse meu pai cheio de sacolas de mercado.
Entramos rapidamente no carro, e assim logo chegamos em casa. Ao abrir a porta nos deparamos com mais uma surpresa.
_o que significa isso? – perguntou tio Jhom olhando para parede da sala que estava completamente rabiscada formando a palavra “SAIAM DAQUI” – foi escrito com giz de cera – concluiu
_vocês dois vão limpar_mas não fomos nós – eu disse ainda surpreso com o que acabara de ver – foi o espírito.
_sim, é verdade – concordou Bruna
_vão os dois para o quarto – exclamou nossa mãe – deixa que eu limpo
_mas
_sem mais, vão agora
Sem pensar duas vezes subimos e nos trancamos novamente no meu quarto.
_o que vamos fazer Erick
_ eu não sei – indaguei andando pelo quarto
_hei o que é isso? – disse ela apontando para uma tabua solta do assoalho.
_vamos ver – falei enquanto puxava a tabua solta. – aqui tem um...
_livro?
_não, é um diário – exclamei passando a mão sobre a capa empoeirada do mesmo. – diário de Alex Fox.
O abri e comecei a ler e voz alta.


”Era só eu e minha filha adolescente em casa. Mas como qualquer outro homem tinha minhas necessidades. Primeiro pensei em cessá-las com qualquer mulher da vida, mas para que pagar se minha própria “menininha” poderia me dar prazer? Foi o que fiz. Em uma noite fui ate seu quarto e a possui a força, depois daquele dia minha filha tornou-se minha mulher por todas as outras noites. Porem ela engravidou e após ganhar a aberração que nunca ninguém soube da existência, acabou se enforcando no porão. Mantive a aberração trancada durante sete anos de sua vida, mas eu precisava acabar com aquilo. Arranquei um dos elevadores de comida e coloquei a aberração lá dentro, em seguida fechei todos os outros elevadores com cimento. Por dias ouvi a “coisa” arranhar as paredes ate que em fim os barulhos acabaram. Porem agora eles voltaram. Não consigo entender como isso esta acontecendo.
12/05/09”
Ao terminar a inquietante leitura uma força sobrenatural me jogou contra parede me fazendo perder a consciência.
Quando acordei não tinha noção de quanto tempo havia se passado, só sabia que meus pais e minha irmã estavam ali por que eu podia os ver ao lado de minha cama.
_eu contei tudo para eles! – disse Bruna segurando o velho o diário.
_É impossível duvidar com tantas provas – indagou meu pai enquanto mamãe segurava uma das minhas mãos. – seu tio foi ate a cidade chamar um padre, já deve estar voltando.
Mal ele terminou a frase e tio Jhom cruzou a porta do meu quarto. Imediatamente me levantei tentando não demonstrar a forte dor de cabeça que predominava sobre mim.
_o padre nos espera lá em baixo – exclamou em tom serio
Enquanto descíamos do alto da escada eu pude ver o velho padre que segurava com ele algo que parecia um copo que continha provavelmente água benzida.
_eu posso sentir a energia, algo muito maligno domina esse lar –disse ele andando ate a cozinha. – Em nome de Deus todo-poderoso afastem-se dessa família os maus espíritos – exclamou enquanto jogava um pouco da água na parede – que inspirais maus pensamentos aos homens – nesse momento um ar frio invadiu a casa, portas de armários começaram a bater e a mesa de centro parecia ter criado vida. Porem o padre continuou - Espíritos velhacos e mentirosos, que os enganais; Espíritos zombeteiros, que vos divertis com a credulidade deles, eu vos repilo com todas as forças de minha alma e fecho os ouvidos às vossas sugestões; mas, imploro para vós a misericórdia de Deus. – agora o padre parara de falar seus olhos pareciam ter vidrado em um ponto fixo, não demorou muito ate seu rosto começar a ficar vermelho – se afastem – gritou sem ar – Mas não tivemos tempo de dar um passo sequer, em um único movimento o pescoço do padre virou fazendo-o cair imediatamente ao chão. Muito sangue saia de sua boca entreaberta.

Nos entreolhamos apavorados e corremos para fora. A única saída aparente era fugir da casa naquele exato momento, no entanto isso não aconteceria, pois quando chegamos ao carro seus pneus estavam rasgados.
_não, isso não pode estar acontecendo – disse minha mãe quase suplicando para que aquilo fosse um pesadelo.
_ah – gritou Bruna – ela esta ali! – exclamou apontando para os arbustos do jardim que não estava tão longe de nós.
_voltem para casa... AGORA! – ordenou tio Jhom
Quando abri a porta me deparei com um rastro de sangue que ia da porta ate a parede em frente à lareira, lá estava o corpo do meu cachorro, o pobre animal estava completamente deformado e com seus órgãos caninos a mostra para quem quisesse os ver. Da parede escorria sangue do mesmo pois a “menina” havia deixado mais um de seus recados sangrentos:
“agora já e tarde para ir embora!”

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Capítulo 05 - Onde está Emmy !?

A imagem que havia visto no banheiro não saia da minha cabeça, no entanto talvez agora os sonhos com meu irmão tivessem lógica.
Antes de adormecer lembro que cogitei a hipótese de estar realmente ficando louco, por que convenhamos, as pessoas geralmente não vêem coisas “sobrenaturais” e viram alvos de bolas que saem do closet inesperadamente.
•••
No dia seguinte quando acordei tudo o que havia se passado na noite anterior caiu como uma avalanche sobre mim. Notei que Emmy não estava do meu lado na cama, então me troquei rapidamente e desci ate a cozinha onde quase todos estavam tomando seu café da manha.
_viram a Emmy?
_ela não estava com você no quarto? – perguntou tio Jhom
_brigamos ontem à noite e ela saiu!
_deve ter ido embora se ainda não voltou! – exclamou minha mãe me olhando “feio”.
_acho que não, as coisas dela estão ai. E depois como ela iria embora!?
_deve ter pedido carona para algum caminhoneiro – disse Bruna enquanto abafava sua risada.
_cala a boca!... Não posso nem ligar para ela por que nesse “fim de mundo” não tem nem linha telefônica – disse irritado
_por que vocês brigaram? – perguntou meu pai, fazendo com que todos os olhares da mesa se voltassem a mim.
_vocês querem saber mesmo!?...Eu vi um vulto enquanto estava no banheiro. Contei para ela, e ela achou que eu estava louco! – disse cruzando os braços sobre a mesa sem me importar com o que eles iriam pensar
_que fantasma em sã consciência iria querer te ver no banheiro? – Bruna gargalhou ao terminar a fase.
_Por Deus Erick, você já devia ter passado dessa fase de “fantasminhas” - exclamou minha mãe.
_são uns idiotas mesmo – disse me levantando da mesa.
_Erick volta aqui – gritava meu pai, sem que eu desse o mínimo de atenção.
Em frente a casa olhei tudo à minha volta. Cheguei à conclusão que nem fugir das pessoas que não acreditavam em mim eu poderia, estava “quase enclausurado”. Por isso a notável falta de opção me fez caminhar em volta da casa. Parei surpreso quando vi um bando de corvos brigando por algo que estava ao lado da porta do porão.

A principio como não estava tão perto pude ver algo que parecia um sinto. Mas à medida que me aproximei pude ver que os corvos lutavam por uma bolsa, que com certeza estava escondida atrás dos vasos que ali se encontravam. Rapidamente espantei os corvos e peguei a bolsa. Esta me parecia muito familiar.
_Erick o que você fez foi muito errado Filho – disse meu pai, me fazendo esconder a bolsa cautelosamente por dentro do meu agasalho. – eu sei que isso tudo é muito novo para você, mas...
_eu vou para o meu quarto – indaguei enquanto me virava cruzando os braços sobre o agasalho para assim não ser notado.
_só reflita um pouco – disse enquanto passava sua mão sobre meu ombro
_ok – finalizei andando rapidamente para dentro de casa.
Subi ate meu quarto e tranquei a porta, o único que me fazia companhia naquele momento, era Bastar, que mordiscava a cabeça de boneca que “havíamos” encontrado no closet.
_vamos lá, você consegue lembrar! – me incentivei enquanto colocava a bolsa sobre a cama – Em um rápido FlachBack lembrei da seguinte cena:

”_estou ansioso para conhecer a casa, senhora...? Desculpe, esqueci seu nome! – disse meu pai envergonhado.
_Melany, Melany Fox – disse tirando uma chave de sua bolsa”

_é a mesma bolsa – falei para mim mesmo enquanto a abria.
Deixei cair sobre a cama tudo que continha dentro. A maioria eram coisas banais, porem em outro zíper da bolsa encontrei uma pequena agenda na qual a principio só havia números telefônicos, mas a folheando lentamente encontrei um recorte de jornal muito bem dobrado. O abri e imediatamente comecei a ler:

”Ontem na noite de sexta feira, do dia 13/05/09 foi encontrado o corpo de Alex fox em um dos quartos de sua casa. Os investigadores do caso alegam que Alex foi retalhado ate a morte, porem esse fato não é o mais curioso no caso, pois a casa não tinha sinais de arrombamento. Alex fox vivia sozinho dês de que sua mulher morreu no parto de uma de suas filhas a qual anos depois veio a se enforcar no porão da residência. Agora a responsável pela imensa casa de campo será a sua outra filha que tivera fora do casamento, Melany Fox.”

Minhas mãos que antes estavam firmes agora tremiam enquanto eu olhava a imagem da mãe e da filha já mortas. A menina que eu havia visto na janela era muito parecida com a filha do homem, no entanto alguns traços não batiam, fato que me deixou conturbado. Precisava ir à cidade e ligar para alguém da Família da Melany, o numero não era problema já que eu possuía sua agenda.
_Erick, abre a porta, sou eu Bruna – guardei a agenda com o pedaço de jornal em meu bolso e fui ate a porta.

_entra rápido – disse a deixando passar enquanto trancava a porta outra vez
_de quem são essas coisas? – perguntou olhando para cama.
_preciso que você acredite em mim – indaguei a fazendo-a sentar. Logo contei todo o ocorrido, ate mesmo os sonhos com Íam.
_mas por que só você vê essas coisas Erick?
_eu não sei, só sei que a Emmy sumiu... E você precisa me ajudar a convencer nossos pais a ir cidade

_isso não tem lógica – Bruna exclamou passando as mãos em seu cabelo, o que só deixava claro que ela estava nervosa.
_claro que tem lógica, se a Emmy e a Melany não voltaram para casa isso quer dizer que... Que esse espírito esta matando as pessoas.
Quando terminei a frase assim como na noite anterior algo começou a arranhar a parede, o barulho parecia se estender a todos os cantos do quarto enquanto a luz piscava como nunca havia visto. Bruna segurou minhas mãos completamente assustada enquanto abria a boca para falar algo.
_Pa... Pai nosso que estais no céu – disse ela, em seguida continuamos juntos. – santificado seja o vosso nome, venha nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu, o pão nosso de cada dia nos daí hoje, perdoai nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, e não nos deixe cair em tentação, mas livrai-nos do mal – ao falar a palavra “mal” todo o barulho cessou e a lâmpada que piscava queimou.
_agora você acredita em mim!?

_eu quero minha mãe – disse ela saindo do quarto o mais rápido que suas pernas puderam correr. Fui atrás dela.
Quando cheguei a sala notei que o fenômeno só havia ocorrido no meu quarto, pois todos que ali estavam aparentavam serenidade.
_mãe, pai, a gente precisa ir à cidade
_ate você Bruna?
_por favor!
_o tio Jhom leva vocês

_Não! – exclamei de um modo tenso pois seria muito perigoso alguém ficar sozinho na casa – seria legal se todos nós fossemos
_Denny amor... Posso aproveitar e comprar algumas coisas no mercado – disse minha mãe
_é impressionante... Vocês sempre vencem...

domingo, 22 de agosto de 2010

Capítulo 04 - A mudança

Dois dias se passaram. Agora estávamos chegando com o caminhão de mudança na casa. Emmy estava conosco iria passar a primeira noite junto há nós.
Enquanto tirava algumas caixas do caminhão escutei meus pais conversarem:
_não estou com um bom pressentimento
_Elisabeth, acabamos de sai de um “trauma”, é normal você se sentir assim... O que pode dar errado em um campo?
_tem razão – disse minha mãe dando um doce sorriso
_Erick, vem vamos conhecer seu quarto amor – exclamou Emmy. Não pude deixa
r de pensar besteira, mesmo sabendo que a frase não tinha duplo sentido.
•••
Logo toda mudança já estava arrumada em seu devido lugar. Emmy dormia em minha cama, e eu estava sentado no chão com meu cachorro, Baster fazendo companhia enquanto passava um pano em meus velhos prêmios de futebol da quinta, sexta e sétima serie.
_opa que isso garoto!? - indaguei olhando para Baster que rosnava em direção ao closet – você acha que tem alguma coisa lá? - falei enquanto olhava para porta entreaberta do mesmo.
A principio pensei ser algum bicho, mas fui surpreendido quando a mesma bola que rolará a escada alguns dias atrás, sairá do closet com força, como se alguém a tivesse tacado em mim. Senti minha espinha gelar, me fazendo levantar imediatamente. Com medo segurei a maçaneta da porta e de uma vez a abri.

Para meu alivio, ou não, a única coisa que encontrei foi uma cabeça de boneca jogada ao chão. Não sabia se me assustava mais com o fato de alguma coisa ter me tacado a bola ou com a cabeça “sinistra” no meu closet.
_vai brincar de boneca Maninho!? – Perguntou Bruna ironicamente me fazendo dar um pulo de susto. – nossa você esta tenso em!? Mas em fim, acorda sua namoradinha aí, que a janta esta na mesa.
_ta bom – concordei fechando rapidamente a porta do closet.
Em seguida acordei minha “namoradinha” e descemos ate a cozinha onde todos já estavam se servindo.
_Nossa que cheiro é esse? – perguntou Emmy
_você também sentiu querida!? – retrucou Elisabeth
_para mim é cheiro de rato morto por dentro dessa parede “oca” – exclamou Bruna, que estava muito irritada com o fato de seu celular não ter linha no campo. – pai, como você compra uma casa com parede oca?
_Filha a parece não é “oca” ela é espaçada por causa dos antigos elevadores de comida, e isso não faz diferença.
_mais isso é por toda a casa pai? – perguntei finalmente entrando no assunto.
_é sim... Se você e sua irmã não se comportarem vou abri a parede e colocar vocês dentro. – brincou enquanto tio Jhom ria da piada idiota.
Quando todos terminaram de comer ajudamos com a louça e fomos “dormir”.
Deitei em minha cama e Emmy se acomodou sobre meu peito, não demorou muito ate ela adormecer. Pelo silencio da casa todos da família assim como minha namorada já estavam dormindo. Quando finalmente consegui cochilar, fui despertado por um barulho incessante que saia da parede do meu quarto.
_Emmy – disse a acordando
_que foi amor?
_você esta ouvindo isso?
_ai Erick... São só ratos arranhando a parede...Acho que você precisa relaxar – disse Emmy .
Então peguei uma toalha e fui ao banheiro tomar um banho gelado. Com certeza agora eu estava mais relaxado, porem nada dura muito tempo.
Estava saindo do banheiro quando vi pela visão periférica um vulto. Instantaneamente me virei e vi a “imagem” que assim como o vulto era preto e sem rosto. Não conseguia me mexer era como se eu estivesse paralisado de medo enquanto olhava a “coisa” se contorcer junto a parece como se estivesse tentando pedir ajuda.

Só quando a imagem desapareceu pude me mexer novamente, sem pensar duas vezes sai correndo para o quarto e tranquei a porta.
_nossa, pensei que você tinha morrido no banheiro Erick
_Emmy, essa casa é mal assombrada, eu... Eu vi...
_Para com isso! Você esta me assustando
_eu não estou brincando – disse andando de um lado para o outro
_você está muito estranho dês de quando seu irmão morreu... Erick você precisa se tratar.
_eu não estou louco! – exclamei segurando os dois braços de Emmy com força.
_você esta me machucando seu idiota
_eu não estou louco! – repedi, a soltando
_nojento – gritou ela abrindo a porta
_onde você vai?
_não te interessa
Em seguida a vi sumir enquanto descia as escadas.

sábado, 21 de agosto de 2010

Capítulo 03 - A Primeira Impressão é a que Fica :|


_Chegamos – exclamaram meu pai e o tio Jhom juntos enquanto eu batia minha cabeça no vidro acordando do breve cochilo que tive.
_antes tarde do que nunca - indaguei tentando esconder o quanto meu pesadelo havia me deixado preocupado.
_o que achou Erick? – perguntou meu tio encostando-se no capo do carro, enquanto eu olhava uma das muitas janelas da casa.
_Eu... Você viu aquilo?
_aquilo o que?
_uma menina... Ela apareceu na janela! – disse apontando
_impressão sua, afinal não tem ninguém na casa.
_quando você olhou sumiu, mas eu vi!
_ah Erick, você já é bem grande para isso não acha?
_que ouve? – perguntou meu pai que estava olhando a casa mais de perto.
_eu vi alguma coisa lá dentro
_e eu disse que é imaginação dele
_será que não é algum ladrão? – pensou meu pai em voz alta
_Denny só a dona da casa tem a chave lembra?
_por falar nela – retrucou meu pai enquanto um carro branco parava em frente ao nosso.
_vejo que chegaram antes de mim – disse a moça nos encarando – desculpe-me por fazê-los esperar.
_eu acho que há um ladrão em sua casa – disse olhando no fundo de seus olhos verdes esmeralda.
_ok, vamos checar, mas posso garantir que não há nada lá dentro – concluiu com um sorriso amarelo estampado em sua face.
_estou ansioso para conhecer a casa senhora...? Desculpe, esqueci seu nome! – disse meu pai envergonhado.
_Melany, Melany Fox – disse tirando uma chave de sua bolsa
Segundos depois já estávamos em frente a grande porta da casa.
_preparados!? – perguntou Melany abrindo a porta.
•••
Flores, a primeira coisa que vi foram flores. A casa era coberta por papel de parede florido. Fiquei tão distraído que quando dei por mim estava sozinho na sala parado em frente a grande escada que levava aos quartos. Desviei rapidamente o olhar para um armário que havia na cozinha e foi o bastante para aquela casa começar a me assustar de verdade.
Do alto da escada uma pequena bolinha batia de degrau em degrau chamando minha atenção. Quando os mesmos acabaram, ela só foi parada quando chegou aos meus pés.
_ah cara – eu disse abaixando para pegar a bola.
_Erick o que é isso? - Perguntou meu pai descendo da mesma escada
_é só uma bola que eu achei por aqui – menti, pois se eu falasse mais alguma coisa que não fosse normal para “eles” eu poderia ser tachado de drogado.
_Deve ser do pai da moça... Ele que morava aqui antes
_e por que não mora mais?
_ela disse que ele morreu... Já estava muito idoso
_sei – disse olhando para bola que em seguida joguei no chão.
_você não vai olhar o resto da casa?
_não! Mas acho que vou à cozinha beber um pouco de água.
_ok
Chegando a cozinha vi que na parede, em cima da pia havia um buraco mais que fora tampado a algum tempo.
_era um elevador de comida – disse Melany me observando da porta
_percebi, é normal ter em casas antigas
_...Seu pai já esta te esperando no carro
_você vai ficar por aqui? - perguntei
_Sim... A final essa casa era do meu pai, quero meio que me despedir – disse encarando suas mãos
_ok... Tchau – respondi forçando um sorriso.

Capítulo 02 - Um Sonho ou um Aviso !?


_Ela vai pegar você! – dizia Íam dando uma gargalhada sinistra
_Ela quem? – perguntei enquanto o olhava assustado
_A menina na parede - sussurrou ele apontando para algo que estava atrás de mim.Lentamente fui me virando com medo do que me aguardava. Então uma mão preta com unhas grandes arranhou meu rosto antes que eu pudesse vê-la. Pude sentir o sangue quente escorrer de meu rosto.•••
_Erick, acorda – disse Bruna - fiquei preocupada, você parecia não respirar enquanto dormia.
Ainda meio zonzo vi o livro que eu havia pego ao meu lado, devia ter adormecido antes mesmo de abri-lo.
_com o que sonhou? – perguntou Bruna voltando a falar diante do meu silencio.
_nada de mais – disse levantando da cama
_o pai e o tio estão querendo falar com a gente lá em baixo.
vai indo que eu já vou – disse entrando no banheiro do meu quarto,
me encostei junto a pia enquanto me olhava fixamente no espelho. Se me esforçasse podia ver onde
as unhas da suposta “menina” do sonho havia
me acertado.

—você tem 16 anos, um sonho idiota não vai te assustar – disse jogando água em meu rosto.
Quando finalmente desci ate a sala todos da família menos minha mãe estavam reunidos.
_ate quem fim! – disse meu pai
_o que querem? – perguntei os encarando
_eu decidi que é melhor nos mudarmos!
Bruna assentiu com a cabeça. Não precisava nem olhar para meu tio para saber que ele também estava de acordo.
Alguns dias se passaram e eu percebi que não adiantaria eu teimar e discutir com meu pai, ele estava mesmo decidido que novos ares fariam bem para minha mãe, embora eu achasse que a afastando da casa onde Íam, Bruna e eu crescemos só iria servir para distrai-la temporariamente.
•••
_Emmy meu amor, eu não queria te magoar com essa historia toda, mas eu vou ter mesmo que ir – disse acariciando o rosto da minha namorada
_já entendi, mas eu posso pelo menos ir te visitar quando você se mudar?
_claro que pode! – disse beijando seus lábios enquanto deslizava a mão pelo corpo cheio de curvas que Emmy possuía – tenho que ir para casa agora. Ainda hoje irei ver a tal casa de campo com meu pai.
_ta bom – concordou Emmy me dando mais um beijo antes de eu sair.
Quando já estava chegando em minha casa comecei a pensar em como a vida seria tediosa quando a mudança acontecesse, não me conformava que em breve trocaria lanchonetes, outdoors e shoppings, por um monte de arvores no meio do nada.
_já estávamos indo sem você - disse meu pai buzinando com seu velho carro ao me ver chegar.
_calma Denny – exclamou tio Jhom que estava ao seu lado.
Entrei no carro sem dizer uma palavra sequer, não pretendia fingir que estava gostando da idéia de me mudar.
•••
_sabe... Existem muitas coisas sobrenaturais entre o céu, inferno e a terra irmãozinho
_por que você esta falando isso Íam? Você esta morto! Seu lugar não é aqui
_eu só quero te avisar
_avisar o que?
_a menina Erick, ela esta mais perto do que você imagina
_que menina? Eu não estou te entendendo
_não deixa ela pegar vocês
_mas...

Capítulo 01 - O velório


_Não, não Deus, meu filho não – gritava mamãe enquanto o pai tentava consola-la, ignorando o fato de que o caixão de Íam estava ao lado.
Do alto da escada minha irmã Bruna e eu olhávamos tão triste cena com os olhos marejados.
_tenho medo que ela não supere isso Bruna
_Eu também Erick, eu também – concordou sem desviar o olhar do corpo pálido e gelado que agora eu me recusava a chamar de irmão.
_vou para o meu quarto! – Segui para o mesmo em silencio, o corredor parecia cada vez maior o que me fez parar justamente em frente ao quarto de Íam. Coloquei minhas mãos nos bolsos e encarei a porta como se a mesma me hipnotizasse. Sai do “transe” quando uma mão fria tocou meu braço, me fazendo o encarar imediatamente.
_Erick, já vamos levar o corpo para o funeral. Tem certeza que não quer ir se despedir? – disse tio Jhom.
_prefiro lembrar dele vivo – indaguei
_você vai ficar sozinho! Não se importa?
_Não – falei voltando a caminhar em direção ao meu quarto.
Quando cheguei ao mesmo, afastei um pouco a cortina da janela que estava embaçada pela chuva, em seguida pass
ei minha mão sobre o vidro, assim pude ver as varias pessoas que há alguns segundos estavam acomodados em nossos sofás agora segurando seus guarda-chuvas, enquanto viam o pessoal da funerária carregar o caixão. Soltei a cortina e deitei em minha cama pegando um livro
qualquer para passar o tempo.