quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Capítulo 05 - Onde está Emmy !?

A imagem que havia visto no banheiro não saia da minha cabeça, no entanto talvez agora os sonhos com meu irmão tivessem lógica.
Antes de adormecer lembro que cogitei a hipótese de estar realmente ficando louco, por que convenhamos, as pessoas geralmente não vêem coisas “sobrenaturais” e viram alvos de bolas que saem do closet inesperadamente.
•••
No dia seguinte quando acordei tudo o que havia se passado na noite anterior caiu como uma avalanche sobre mim. Notei que Emmy não estava do meu lado na cama, então me troquei rapidamente e desci ate a cozinha onde quase todos estavam tomando seu café da manha.
_viram a Emmy?
_ela não estava com você no quarto? – perguntou tio Jhom
_brigamos ontem à noite e ela saiu!
_deve ter ido embora se ainda não voltou! – exclamou minha mãe me olhando “feio”.
_acho que não, as coisas dela estão ai. E depois como ela iria embora!?
_deve ter pedido carona para algum caminhoneiro – disse Bruna enquanto abafava sua risada.
_cala a boca!... Não posso nem ligar para ela por que nesse “fim de mundo” não tem nem linha telefônica – disse irritado
_por que vocês brigaram? – perguntou meu pai, fazendo com que todos os olhares da mesa se voltassem a mim.
_vocês querem saber mesmo!?...Eu vi um vulto enquanto estava no banheiro. Contei para ela, e ela achou que eu estava louco! – disse cruzando os braços sobre a mesa sem me importar com o que eles iriam pensar
_que fantasma em sã consciência iria querer te ver no banheiro? – Bruna gargalhou ao terminar a fase.
_Por Deus Erick, você já devia ter passado dessa fase de “fantasminhas” - exclamou minha mãe.
_são uns idiotas mesmo – disse me levantando da mesa.
_Erick volta aqui – gritava meu pai, sem que eu desse o mínimo de atenção.
Em frente a casa olhei tudo à minha volta. Cheguei à conclusão que nem fugir das pessoas que não acreditavam em mim eu poderia, estava “quase enclausurado”. Por isso a notável falta de opção me fez caminhar em volta da casa. Parei surpreso quando vi um bando de corvos brigando por algo que estava ao lado da porta do porão.

A principio como não estava tão perto pude ver algo que parecia um sinto. Mas à medida que me aproximei pude ver que os corvos lutavam por uma bolsa, que com certeza estava escondida atrás dos vasos que ali se encontravam. Rapidamente espantei os corvos e peguei a bolsa. Esta me parecia muito familiar.
_Erick o que você fez foi muito errado Filho – disse meu pai, me fazendo esconder a bolsa cautelosamente por dentro do meu agasalho. – eu sei que isso tudo é muito novo para você, mas...
_eu vou para o meu quarto – indaguei enquanto me virava cruzando os braços sobre o agasalho para assim não ser notado.
_só reflita um pouco – disse enquanto passava sua mão sobre meu ombro
_ok – finalizei andando rapidamente para dentro de casa.
Subi ate meu quarto e tranquei a porta, o único que me fazia companhia naquele momento, era Bastar, que mordiscava a cabeça de boneca que “havíamos” encontrado no closet.
_vamos lá, você consegue lembrar! – me incentivei enquanto colocava a bolsa sobre a cama – Em um rápido FlachBack lembrei da seguinte cena:

”_estou ansioso para conhecer a casa, senhora...? Desculpe, esqueci seu nome! – disse meu pai envergonhado.
_Melany, Melany Fox – disse tirando uma chave de sua bolsa”

_é a mesma bolsa – falei para mim mesmo enquanto a abria.
Deixei cair sobre a cama tudo que continha dentro. A maioria eram coisas banais, porem em outro zíper da bolsa encontrei uma pequena agenda na qual a principio só havia números telefônicos, mas a folheando lentamente encontrei um recorte de jornal muito bem dobrado. O abri e imediatamente comecei a ler:

”Ontem na noite de sexta feira, do dia 13/05/09 foi encontrado o corpo de Alex fox em um dos quartos de sua casa. Os investigadores do caso alegam que Alex foi retalhado ate a morte, porem esse fato não é o mais curioso no caso, pois a casa não tinha sinais de arrombamento. Alex fox vivia sozinho dês de que sua mulher morreu no parto de uma de suas filhas a qual anos depois veio a se enforcar no porão da residência. Agora a responsável pela imensa casa de campo será a sua outra filha que tivera fora do casamento, Melany Fox.”

Minhas mãos que antes estavam firmes agora tremiam enquanto eu olhava a imagem da mãe e da filha já mortas. A menina que eu havia visto na janela era muito parecida com a filha do homem, no entanto alguns traços não batiam, fato que me deixou conturbado. Precisava ir à cidade e ligar para alguém da Família da Melany, o numero não era problema já que eu possuía sua agenda.
_Erick, abre a porta, sou eu Bruna – guardei a agenda com o pedaço de jornal em meu bolso e fui ate a porta.

_entra rápido – disse a deixando passar enquanto trancava a porta outra vez
_de quem são essas coisas? – perguntou olhando para cama.
_preciso que você acredite em mim – indaguei a fazendo-a sentar. Logo contei todo o ocorrido, ate mesmo os sonhos com Íam.
_mas por que só você vê essas coisas Erick?
_eu não sei, só sei que a Emmy sumiu... E você precisa me ajudar a convencer nossos pais a ir cidade

_isso não tem lógica – Bruna exclamou passando as mãos em seu cabelo, o que só deixava claro que ela estava nervosa.
_claro que tem lógica, se a Emmy e a Melany não voltaram para casa isso quer dizer que... Que esse espírito esta matando as pessoas.
Quando terminei a frase assim como na noite anterior algo começou a arranhar a parede, o barulho parecia se estender a todos os cantos do quarto enquanto a luz piscava como nunca havia visto. Bruna segurou minhas mãos completamente assustada enquanto abria a boca para falar algo.
_Pa... Pai nosso que estais no céu – disse ela, em seguida continuamos juntos. – santificado seja o vosso nome, venha nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu, o pão nosso de cada dia nos daí hoje, perdoai nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, e não nos deixe cair em tentação, mas livrai-nos do mal – ao falar a palavra “mal” todo o barulho cessou e a lâmpada que piscava queimou.
_agora você acredita em mim!?

_eu quero minha mãe – disse ela saindo do quarto o mais rápido que suas pernas puderam correr. Fui atrás dela.
Quando cheguei a sala notei que o fenômeno só havia ocorrido no meu quarto, pois todos que ali estavam aparentavam serenidade.
_mãe, pai, a gente precisa ir à cidade
_ate você Bruna?
_por favor!
_o tio Jhom leva vocês

_Não! – exclamei de um modo tenso pois seria muito perigoso alguém ficar sozinho na casa – seria legal se todos nós fossemos
_Denny amor... Posso aproveitar e comprar algumas coisas no mercado – disse minha mãe
_é impressionante... Vocês sempre vencem...

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